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Toxicocinética

Nos mamíferos, a absorção e o metabolismo dos ftalatos (DEHP) são rápidos [16].

 

O DEHP está amplamente distribuído no meio ambiente, havendo uma ampla exposição da população a este composto.  A contaminação pode ocorrer via inalatória ou por ingestão [3,18], sendo que a sua absorção por via dérmica é considerada baixa [3].  Os pacientes podem ser adicionalmente expostos através de dispositivos médicos contendo DEHP [16].

 

O conhecimento da toxicocinética e do metabolismo do DEHP em humanos é vital para a avaliação toxicológica e para a determinação do risco de exposição.

Quando o DEHP entra no organismo é metabolizado em várias substâncias que são rapidamente excretadas. Numa primeira fase é clivado no monoéster MEHP pelas lipases pancreáticas no lúmen intestinal (Reação de Fase I). Posteriormente, o MEHP sofre oxidação originando metabolitos oxidados. Estes, por sua vez, podem ainda sofrer glucuronidação (Reação de Fase II), facilitando a sua excreção na urina e fezes.

  • A conversão metabólica do DEHP é semelhante em todas as espécies estudadas e envolve a formação do MEHP e do 2-etilhexanol seguida da formação de ácido ftálico através da ação de lipases no intestino delgado e no parênquima de muitos orgãos. Adicionalmente poderá ocorrer metabolização oxidativa pelo citocromo P450 4A, álcool e aldeído-desidrogenases origiando múltiplos produtos de oxidação do MEHP [20];

 

  • 5OH-MEHP, 5oxo-MEHP, 5cx-MEOO e 2cx-MMHP são os principais biomarcadores da exposição ao DEHP e representam cerca de 70% dos metabolitos do DEHP excretados na urina (esquema 3) [16];

 

  • Estes metabolitos têm um tempo de semi-vida de eliminação muito superior ao MEHP, o que significa que sob condições crónicas de exposição ao DEHP podem acumular-se no organismo [16];

 

Em suma, na biotransformação de Fase I ,o DEHP é rapidamente metabolizado ao seu respetivo monoéster. Depedendo da estrutura do monoéster, este pode ser metabolizado novamente por oxidação da cadeia lateral lipofílica e alifática. Tanto o monoéster como os metabolitos oxidados podem sofrer glucuronidação, reação de Fase II.

 

Esquema 1: ADME (Absorção, Distribuição, Metabolismo e Eliminação) do DEHP [16].

 

Esquema 2: Metabolismo do DEHP.


 

Esquema 3: Metabolitos oxidados do DEHP. (POR REF DESTE EsQUEMA)

 

© 2014 by Dep. Toxicologia FFUP

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